sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sala Portinari no Capanema






1937
Portinari decide executar os murais do Ministério da Educação em afresco, técnica ainda pioneira no Brasil.

Muitos anos mais tarde, em 1981, Mario Pedrosa escreverá: “Ele não chegou ao afresco por um simples incidente exterior, como se poderia pensar. Não foi o conhecimento dos murais de Rivera ou de seus êmulos no México que provocou no pintor brasileiro a idéia ou a vontade de fazer também pintura mural. Muita gente estranha à sua obra poderá pensar que o muralismo foi apenas um eco retardado do formidável movimento mexicano. Não o foi. Pela própria evolução interior de sua arte pode-se ver que foi por assim dizer organicamente, à medida que os problemas de técnica e de estética nele iam amadurecendo, que Portinari chegou diante do problema do mural. Foi como problema estético interior que pela primeira vez o abordou. Depois das figuras monumentais isoladas e do segundo Café, a experiência com o afresco se impunha naturalmente, como próximo passo. A possante figura em têmpera — a Colona —, feita em 1935 com o Café, do qual é um detalhe, mostra que Portinari queria o plástico monumental”. (28).

Tendo como colaboradores alguns de seus alunos da UDF, Portinari dedica-se aos estudos para os afrescos do Ministério. Recém-chegado ao Brasil, Enrico Bianco, jovem pintor italiano de 18 anos, lhe é apresentado. Apesar de muito jovem, Bianco tivera sólida formação no ofício de desenhista e pintor. É logo notado por Portinari, que o convida para ajudá-lo, em regime de tempo integral.

Até morrer, Portinari terá em Bianco seu mais importante colaborador, que deu sobre o pintor este depoimento: “Conheci Portinari bastante bem, apesar de ele ser um homem bastante fechado. Devo-lhe a minha paixão pelo Brasil. Ele foi, por assim dizer, a ponte pela qual me foi possível atravessar da velha cultura européia para a jovem e tropical cultura brasileira. Portinari era exatamente a síntese das duas, era um nobre florentino nascido no mato, um homem da esquerda que pintava operários vestido com colete de brocado, e ainda assim era profundamente honesto”. (29).

Último acesso:http://www.portinari.org.br/ppsite/ppacervo/cronobio.pdf">http://www.portinari.org.br/ppsite/ppacervo/cronobio.pdf

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