sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Divulgando convite, recebido da Sra. Nilza de Paula. É sobre a construção do museu que abrigará 1.000 peças sacras, de coleção particular para o Instituto Cultural do Divino Espírito Santo, ao público.


MUSEU BOULIEU

 CAMINHOS DA FÉ


A Prefeitura Municipal de Ouro Preto, a Arquidiocese de Mariana,

o Instituto Cultural Brasileiro do Divino Espírito Santo e a Agência de
Desenvolvimento Econômico e Social de Ouro Preto l ADOP

convidam para o lançamento da pedra fundamental do futuro

MUSEU BOULIEU | CAMINHOS DA FÉ.

Dia 30 de novembro de 2012, às 10:30 horas

Local: prédio anexo ao Paço da Misericórdia, antigo Asilo São Francisco de Paulo,

Rua Padre Rolim, Bairro São Cristóvão, Ouro Preto, Minas Gerais.




sábado, 3 de novembro de 2012

Fabrico elefantes


A poesia de Drummond em mim e a ilustração dos elefantes à partir das fotografias que fiz no zoológico de Belo Horizonte. Seletivamente venho utilizando algumas para realizar algumas idéias e inspirações. Estamos na semana do aniversário do poeta e essa veio de encontro a mim.
Fabrico um elefante
de meus poucos recursos.
Um tanto de madeira

tirado a velhos moveis

talvez lhe dê apoio.

E o encho de algodão,
de paina, de doçura.
A cola vai fixar
suas orelhas pensas.
A tromba se enovela,
e é a parte mais feliz
de sua arquitetura.
Mas há também as presas,
dessa matéria pura
que não sei figurar.
Tão alva essa riqueza
a espojar-se nos circos
sem perda ou corrupção.
E há por fim os olhos,
onde se deposita
a parte do elefante
mais fluida e permanente,
alheia a toda fraude.
Eis meu pobre elefante
pronto para sair
à procura de amigos
num mundo enfastiado
que já não crê nos bichos
e duvida das coisas.
Ei-lo, massa imponente
e frágil, que se abana
e move lentamente
a pele costurada
onde há flores de pano
e nuvens, alusões
a um mundo mais poético
onde o amor reagrupa as formas naturais.

Vai o meu elefante
pela rua povoada,
mas não o querem ver
nem mesmo para rir
da cauda que ameaça
deixá-lo ir sozinho.
É todo graça, embora
as pernas não ajudem
e seu ventre balofo
se arrisque a desabar
ao mais leve empurrão.
Mostra com elegância
sua mínima vida,
e não há na cidade
alma que se disponha
a recolher em si
desse corpo sensível
a fugitiva imagem,
o passo desastrado
mas faminto e tocante.

Mas faminto de seres
e situações patéticas,
de encontros ao luar
no mais profundo oceano,
sob a raiz das árvores
ou no seio das conchas,
de luzes que não cegam
e brilham através
dos troncos mais espessos.
Esse passo que vai
sem esmagar as plantas
no campo de batalha,
à procura de sítios,
segredos, episódios
não contados em livro,
de que apenas o vento,
as folhas, a formiga
reconhecem o talhe,
mas que os homens ignoram,
pois só ousam mostrar-se
sob a paz das cortinas
à pálpebra cerrada.

E já tarde da noite
volta meu elefante,
mas volta fatigado,
e as patas vacilantes
se desmancham no pó.
Ele não encontrou
o de que carecia,
o de que carecemos,
eu e meu elefante,
em que amo disfarçar-me.
Exausto de pesquisa,

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Dia de aniversário

Não sejamos demasiadamente fúteis nem medrosos, porque a vida tem que ser sorvida não como uma taça que se esvazia, mas que se renova a cada gole de bebida. Enquanto houver lucidez é possível olhar em torno e dentro de nós: (...). Refletir é transgredir a ordem do superficial. Lya Luft

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Eu me emociono todas as vezes que vejo Ciça Guimarães em seu programa de espiritualidade, força e superação. Compartilho minha emoção com você.

domingo, 3 de junho de 2012

Canção na Plenitude

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.
Lya Luft

domingo, 27 de maio de 2012

Torta de morangos. Direto, da cozinha daqui de casa.

2/3 de pacote de 200 gr de biscoito de maizena, moído no liquidificador;
6 colheres de manteiga derretida;
5 colheres de açúcar refinado;

Até aqui misture tudo e forre a forma de abrir com um papel manteiga bem untado. A seguir, espalhe a mistura e faça a casquinha da torta assando-a por 6 minutos a 200 graus. Reserve e comece a fazer creme:

2 gemas sem a película que as envolve, dissolvidas em 400 ml de leite com 3 colheres de sopa de farinha de trigo;
1 lata de leite condensado;
2 caixas de creme de leite;

Coloque os 4 primeiros ingredientes no fogo e vá misturando até engrossar bem. Desligue-o e misture o creme de leite. Despeje na forma reservada e leve ao congelador para endurecer mais rápido. Enquanto isso vá reservando duas caixas de morangos frescos e limpos.

Retire a torta do congelador e distribua os morangos. Faça 100 ml de gelatina(de cereja) e misture 100ml de geléia de morangos. Cubra a torta com o líquido e leve à geladeira para gelar.
Tempo de preparo: 1hora e 20 minutos.

Para mais frescuras e tessituras convide amigos, sirva com chantily, vinho branco frizz ou chá de maçã, no final da tarde de domingo ou no seu aniversário, por exemplo.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Autobiografia


Sem vergonha de dizer, coloco as palavras dele, Darcy Ribeiro, em minha boca.

(...)Entre os focos que atraem os homens, poucos me incandesceram. O poder também me atraiu, sempre soberanamente. Nada há de maior e mais importante como a possibilidade que ele abre de reverter a História. O saber é lâmpada acesa que me atrai numa vontade sem trégua de tudo compreender. A santidade não me interessa, não tenho carne para martírios ou para unções místicas. (...)



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Minha cidade, por Cora Coralina

Eu sou aquele teu velho muro
verde de avencas
onde se debruça
um antigo jasmineiro
na ruinha pobre e suja

sou espiga e o grão que retorna à terra
minha pena(esferográfica)é a enxada que vai cavando
é o arado milenário que sulca
Meus versos tem relance de enxada, gume de foice e peso de machado.
cheiro de currais e gosto de terra.

Cora Coralina, em Minha cidade, Poemas dos becos de Goiás e estórias mais.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Procura da poesia



Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.
Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.
Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.
Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Almofadas que estou produzindo


Desejo que na minha casa haja: uma mulher inteligente, um gato deslizando entre os livros, e amigos em todos os momentos, sem os quais não posso viver. Guillaume Apollinaire