terça-feira, 29 de junho de 2010

Na praça Pedro Arcanjo


Ladeira do Tabuão, 60. Baixa do Sapateiro. Pelourinho.

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Pedro Arcanjo viveu na época da abolição da escravatura, em que negros e mestiços, embora gradualmente conquistassem a sua liberdade, eram ainda perseguidos por tentarem viver as suas tradições, desde o candomblé à capoeira, passando pela própria comida (azeite de dendém, e seus magníficos derivados...) e o samba de roda e trios elétricos do carnaval baiano, pai do carnaval carioca.

Simples bedel da Faculdade de Medicina (que na época estava situada no Terreiro de Jesus, logo ali ao pé do Largo do Pelourinho), motivado pela revolta perante as posições racistas de alguns ilustres professores da mesma faculdade, começou a estudar o tema das raças a fim de as contrapor com lógica racionalidade. Ao longo de dez anos, a leitura transformou a revolta em curiosidade científica sistemática, e Pedro Arcanjo escreveu e publicou um livro, ‘A Vida Popular na Baía’, impresso (adivinhe-se) na tipografia de Mestre Lídio. Depois deste, Pedro Arcanjo escreveu mais três, ‘Influências Africanas nos Costumes da Baía’, ‘A Culinária Baiana – Origens e Preceitos’ e os “importantíssimos” ‘Apontamentos sobre a Mestiçagem das Famílias Baianas’.

Pedro Arcanjo era um homem apaixonado pelas mulheres(...)

Foi retratato por Jorge Amado no livro Tenda dos Milagres, uma ode à miscigenação de raças, por ocasião do centenário do seu nascimento.
Fonte: http://www.lerporai.com/livro.php?livro=livro200607

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